“Ninguém cresce sozinho”
Shunji Nishimura
Esta semana visitei a fábrica nova da empresa Jacto, em Pompéia, uma pequena cidade de 20 mil habitantes no interior de São Paulo. A empresa é especializada em máquinas para o setor agrícola e tem uma cultura muito forte, estabelecida pelo seu fundador, Shunji Nishimura.
Ele chegou ao Brasil, sem um tostão no bolso, em 1932. Viveu por um tempo na cidade de São Paulo, casou, e enfrentando todas as dificuldades da depressão econômica, acabou optando por ir para o interior. Pegou o trem e resolveu morar onde não houvesse mais linha, que naquele tempo era Pompéia.
Começou fazendo manutenção de equipamentos agrícolas e através de uma inovação, adaptar o pulverizador para as costas, pois era transportado na frente, gerando produtividade, acabou fundando sua empresa.
Na década de 1960 tinha juntado dinheiro para comprar uma máquina alemã para produzir os pulverizadores de material plástico. Só tinha um problema. Na época, por política de proteção industrial, só se podia comprar uma máquina dessas se fizesse um depósito compulsório, de igual valor, no Banco do Brasil.
Ele não se conformou e depois de muito lutar conseguiu uma audência com o então Presidente Castelo Branco. O presidente entendeu a importância da máquina e concedeu a insenção do depósito. Foi a virada da empresa. Esta máquina está hoje em exposição no museu da empresa e tem o nome de Presidente Castelo Branco.
A Jacto só cresceu e hoje está na terceira geração da família. Em determinado momento, já pelos seus 70 anos, Shunji se afastou da fábrica para iniciar um projeto educacional porque entendia que precisava retrubuir ao Brasil tudo que tinha recebido e a melhor forma era através do conhecimento. Criou uma fundação, que tem seu nome, e passou seus últimos anos cuidando diariamente da escola.
A estória de Shinju Nishimura seria reverenciada em qualquer país sério. Infelizmente nosso país não é. Ainda estamos presos numa mentalidade marxista de terceira categoria que nos impede de entender a importância dos grandes empreendedores para criar prosperidade. Ainda achamos que esse papel é do governo e não de pessoas como Nishimura, um imigrante que chegou a São Paulo sem dinheiro, mas com um sonho e uma disposição inabalável para prosperar.
Que história!